Sustentabilidade
corporativa e a Rio+20
Mais
de 8.700 empresas de 130 países já são signatárias do Pacto Global da ONU, a
maior iniciativa mundial em sustentabilidade corporativa. A sustentabilidade
conquista cada vez mais espaço na agenda de governos e iniciativa privada. Não
há duvida de que o tema veio para ficar. A sociedade cobra respostas efetivas.
Nesse final de ano tivemos um pequeno, mas simbólico, avanço na 17ª Conferência
da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP-17), em Durban, na África do Sul.
Representantes
de 194 países concordaram em renovar o Protocolo de Kyoto e iniciar um processo
com força legal, e foi criado o Fundo Verde do Clima.
No setor
privado, mais de 8.700 empresas de 130 países já são signatárias do Pacto
Global da ONU, a maior iniciativa mundial em sustentabilidade corporativa.
São
empresas comprometidas com os dez princípios da ONU em direitos humanos,
trabalho, meio ambiente e anticorrupção. Outros fóruns, só para citar alguns,
ganham cada vez mais importância: é o caso do Conselho Empresarial para o
Desenvolvimento Sustentável, com representação no Brasil, o Instituto Ethos e o
Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas.
O Brasil,
apesar do papel de protagonista que vem conquistando no mundo -devido ao
crescimento econômico e empresarial e à redução da pobreza- tem ainda enormes
desafios: investir em infraestrutura, reduzir a desigualdade ao acesso a
educação e saúde de qualidade, combater a corrupção e melhorar a segurança
pública.
O setor
privado, de forma geral, ao lado de governos e sociedade civil, tem contribuído
com soluções sustentáveis. Muitas empresas estão ingressando rapidamente no
terreno do compromisso social e ambiental, incorporando a sustentabilidade nas
suas agendas e reconhecendo sua relevância e urgência.
O
entendimento de que bastava gerar resultados para os acionistas, pagar os
impostos e cumprir a legislação trabalhista para garantir um lugar ao sol no
mundo dos negócios foi ultrapassado: hoje é insuficiente pela opinião publica.
As
empresas atrasadas em sustentabilidade pagaram caro, em menor competitividade,
baixa produtividade de pessoal e rechaço dos consumidores e investidores. A
conscientização acerca da limitação dos recursos naturais e o olhar atento de
clientes e consumidores exige um reposicionamento.
Al Gore e
Blood explicam que vivemos hoje um "turning point" com intensas
ameaças: mudança climática, escassez de água, pobreza, enfermidades,
desigualdade, urbanização, volatilidade nos mercados financeiros. E mais:
"As empresas não podem ser chamadas a fazer o trabalho dos governos, mas
empresas e investidores serão os atores que mobilizarão o capital necessário
para os desafios sem precedentes que enfrentamos".
A
Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, traz oportunidades
para o setor privado no Brasil.
As
discussões da Rio+20 centram-se sobre dois temas principais e urgentes: como
construir uma economia verde e tirar as pessoas da pobreza e como melhorar a
coordenação internacional pela sustentabilidade. Nesse contexto, o Pacto Global
da ONU organiza pela primeira vez o fórum para o setor privado com o objetivo
de fortalecer a troca de práticas inovadoras.
Os
desafios são enormes. Precisamos de empresas e de governos dedicados, com
conhecimento e firme compromisso pela melhoria dos problemas sociais e
ambientais. Não basta que "pareçam" sustentáveis, as empresas
precisam ser.
MARISTELA MAFEI
Enviado por luisnassif, ter, 27/12/2011 - 13:21
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