![O Complexo da Maré ocupa uma área de 800 mil metros quadrados e reúne 130 mil moradores, sem saneamento básico](http://veja.abril.com.br/assets/images/2012/4/73682/MIKA280312022-size-598.JPG) |
O Complexo da Maré área com 800 mil metros quadrados e reúne 130 mil moradores, sem saneamento.
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Ligações clandestinas de
esgoto são ameaça as espécies.
O lixo acumulado na Baia de Guanabara atrai urubus.
A ETE alegria trata
apenas 3 mil litros de esgoto por segundo, a metade de sua capacidade ,
devido a falta de rede coletora e a sujeira vai para na Baia de
Guanabara.
Os
líderes mundiais que vão desembarcar na cidade para a Rio+20 começarão sua temporada na cidade com uma viagem
de cerca de 40 minutos entre o Aeroporto Internacional do Galeão e os hotéis da
zona Sul da cidade. Para a centena de autoridades inscritas para discursar
durante os três dias de conferência a partir de 13 de junho, os 25 quilômetros
de trânsito lento que separam a Ilha do Governador dos bairros de Ipanema, Leblon
e Copacabana serão uma aula de Rio de Janeiro – muito além dos cartões postais
e da beleza carioca cantada e contada. O próprio desembarque das
delegações obriga a um choque de realidade quando o assunto é a cidade-sede da
Rio+20.
Bahia
de Guanabara - A poluição da Baía nada mais é do que o efeito colateral do
que está no seu entorno. Uma população desamparada. Três ou quatro milhões
vivendo com saneamento básico inexistente ou precário. Enquanto você tiver o
grosso dessa população preocupada com sua sobrevivência, e sob pressão, a
poluição da baía não estará resolvida
O
motivo: apesar do investimento em estações de tratamento, favelas e mesmo áreas
urbanizadas da capital e de cidades ao entorno da baía não têm rede coletora de
esgoto. Ou seja: os dejetos são lançados em rios e canais que arrastam para a
Baía de Guanabara toda a poluição, enquanto unidades como a Estação de
Tratamento de Esgoto (ETE) Alegria, a maior das quatro construídas pelo
programa, trata apenas 3 mil litros de esgoto por segundo, ou metade de sua
capacidade.
Poluição do ar – Pela
Linha Vermelha passam diariamente 139 mil veículos. Automóveis, caminhões e
ônibus são os vilões da poluição do ar no Rio: 77% dos poluentes vêm dos canos
de descarga, em uma cidade ainda completamente dependente do transporte
rodoviário – única forma, por exemplo, de se chegar ao Aeroporto do Galeão. Uma
faixa de ônibus exclusiva para ligar o terminal internacional à região central
da cidade está sendo construída
Zona Sul – Na viagem entre o Galeão
e os hotéis da zona sul, só ao fim do Túnel Rebouças ou a partir do Aterro do
Flamengo os convidados da Rio+20 começarão a ter contato com as imagens do Rio
que correm o mundo. A porção mais nobre da cidade também luta para reverter os
efeitos da poluição. A Lagoa Rodrigo de Freitas passa por um programa que prevê
a despoluição até 2014. Isso significa trazer o nível de coliformes fecais de
16 mil para cada 100 mililitros de água, encontrado em 2004, para perto de mil,
para o mesmo volume. Atualmente, a Lagoa para próximo
de 2.400 coliformes por 100 mililitros. Para isso foi instalado o Centro de
Controle Operacional de Esgotos, que ajuda a monitorar os afluentes.
Praias
de Ipanema e Leblon, cartões postais que também têm a deficiência do sistema de
saneamento como um problema a ser resolvido. Durante metade do ano em 2011,
segundo o Inea, a praia do Leblon ficou imprópria para o banho, principalmente
devido ao alto nível de coliformes fecais oriundos das águas do Canal da Rua
Visconde de Albuquerque, que traz parte do esgoto da favela da Rocinha e do
Parque da Cidade. A praia de Ipanema ficou imprópria 40% dos dias de 2011. A
promessa de melhoria, nesse caso, também tem 2014, ano da Copa do Mundo, como
prazo para despoluição. Um programa orçado em 150 milhões de reais vai levar o
esgoto para alto mar, pelo emissário submarino de Ipanema.