sábado, 5 de maio de 2012

O que está em jogo na Rio+20

 Pontos mais importantes e polêmicos da conferência sobre desenvolvimento sustentável 
 que acontecerá em junho, no Rio na Rio + 20

 Acesso à água


Sem água encanada, moradores de Sossego, na Paraíba, carregam latas de água na cabeça/Cristiano Mariz
O que está em jogo: Garantir o direito à água potável e limpa e ao saneamento como um direito humano essencial, como estabelecido a partir da Eco-92.
Quem lidera: O Brasil tem grande influência nos debates, e defende que a estrutura institucional da ONU não é forte o suficiente e coordenada o bastante para lidar com as diversas questões relacionadas à agua. Atualmente, várias agências e programas da ONU se sobrepõem, o que torna necessário reforçar as iniciativas globais, como a UN-Water e fortalecer outras transversais, como o Fórum Mundial da Água. Hoje, 34 mil pessoas morrem por dia de sede ou por ingestão de água contaminada.
Durante a 3a Reunião Interseccional da ONU realizada em março, os negociadores dos EUA tentaram excluir da declaração da conferência o tema de acesso universal à água. Isso abriria caminho para a privatização dos serviços de saneamento básico, um tema polêmico, que deixa em pé de guerra as representações da sociedade civil. Obtiveram o apoio de União Europeia, Reino Unido, Canadá, Austrália, Israel e Nova Zelândia.
No último Fórum Mundial da Água, em Marselha, o presidente da Nestlé, declarou que somente as grandes corporações podem garantir o financiamento para o acesso à água, e por isso devem ter total liberdade e apoio dos países e da ONU para decidir como fazê-lo. Esse discurso toca em questões nevrálgicas, que levará à frente uma série de atividades no Aterro do Flamengo. “O que temos ouvido é que a Rio+20 não é o lugar para falarmos sobre direitos ou proteção do meio ambiente, mas sobre financiamento e investimentos, através da valorização do ‘capital natural’ e da criação de novas oportunidades para o mercado”, .
Para o setor privado, o caminho deve ser exatamente aquele que as ONGs questionam. O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, afirma que, dentro da economia verde, plantar árvores, aumentar a bioprodutividade das florestas, recuperar áreas degradadas e evitar o desmatamento vão contribuir para o desenvolvimento através de pagamentos por serviços dos ecossistemas. “As empresas têm muito a contribuir com desenvolvimento tecnológico, tecnologia da informação e investimentos em parcerias público-privadas. As empresas têm responsabilidade com a pegada hídrica: a água é um bem que precisa ser valorado devidamente para que o setor empresarial insira este custo no valor de seus produtos e faça o uso adequado deste recurso, investindo na redução do uso, reciclagem e reposição e na proteção, recuperação e conservação das nascentes”,.  


Um comentário:

  1. Esta é uma grande realidade,não só dos moradores de Sossego,mas de grande parte dos moradores do interior da Paraíba.

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